8/31/2009

Lars Von Trier


O Anticristo - Terror ou Terror Psicológico

Quem já assistiu os filmes de Lars Von Trier sabe perfeitamente que suas películas contemporâneas causa repulsa e paixão em medidas iguais e desiguais ao mesmo tempo causando polêmica a cada novo trabalho que o cineasta desenvolve a cada 2 anos e meio. Devido às críticas que li e ouvi sobre o seu recente filme “Anticristo” ser todo composto numa interpretação feminina e as cenas com mutilações, morte de uma criança, sexo explícito, o aborto de um animal e uma raposa falante, bem exagerado por ser Von Trier não pude perde a estréia e fui conferir nesta sexta-feira passada na última sessão.

Realmente ele adora “chocar”, uma palavra perfeita para determinar uma das intenções do filme, ele conseguiu realizar o que parecia, impossível, irrealizável no mundo cinematográfico, um torture-porn psicológico de arte. Ah, seria injusto extripar a produção de seus trunfos gore detalhando determinadas passagens, mas fica o aviso que a violência física e psicológica e o sexo são explícitos e fundem-se sempre que podem num terror psicológico da mente humano. Além da lindíssima abertura, câmera lenta e preto e branco – logo de inicio uma cena explícita de sexo e orgasmo que espantou a platéia de inicio - ao assombroso final, não há qualquer traço das restrições dogmáticas do passado de von Trier. Ele abraça aqui a necessidade do uso de todos os recursos cinematográficos para contar sua história - e chocar o público no processo.

Todos sabem que em seus filmes, ele retrata a questão do ser humano em si quando lidar com emoções, sentimentos, e este parecer mero sensacionalista e desviar inconscientemente o foco de algo para o mais interessante: a dor e entre outros fatos que corresponde ao contraste entre homem/mulher, natureza/homem/, sexo/religião e por ai vai e uma trilha sonora espetacular.
Todos sabem que Von Trier criou o longa quando passava por uma depressão profunda, como se fosse uma espécie de exorcismo terapêutico de uma depressão na qual se encontrava há dois anos, um teste de auto-infligido de sua capacidade de dirigir novamente. Seria mais do que isso, bem mais, o filme examina idéias e pesadelos de décadas do diretor ou o exemplar de O Anticristo, manifesto anti-cristianismo de Friedrich Nietzsche, novamente o grande excêntrico e coerente para pessoas intelectualmente, mas emocionalmente perturbadas, ainda bem que faz arte.

Von Trier é um gênio quando tenta falar sobre o “ser humano” e pdemos ver claramente em "Ondas do Destino", 1996 e "Dançando no Escuro" (2000), na opinião são poesias concretas que o cineasta conseguiu demonstrar a bondade do homem pode ser punida pelo homem de pouca fé ou os bons pagam por sua generosidade e aos inversos desta filosofia em Dogville e Manderlay.

Bom, em o Anticristo podemos perceber que a humanidade, onde tudo em que nós acreditamos sobre nós mesmos é essencialmente errado diante aos nossos olhos.

Elenco: o maravilhoso e charmoso Willen Dafoe e Charlotte Gainsbourg, pra quem não aconhece ela fez 21 Gramas e Noivas perfeita ou algo assim.

Ta ai a dica e degustem!

2 comentários:

Zort disse...

Você viu no cinema, R? Agora fiquei com vontade de assistir... a propósito, ótima review.

r.l disse...

Sim, muito bom o filme... psicologia pura... recomendo