La flor que crece en mi, | |
Y volver a reír | |
Y cada día un instante volver a pensar en ti. | |
En la voz suave del mar, | |
En volver a respirar la lluvia que caerá | |
Sobre este cuerpo y mojará |
3/31/2010
(Siempre Me Quedará - Bebe(
3/28/2010
Maureen Bisiliat, essência de um olhar
Não sei por onde começar este post sobre a belíssima exposição de Maureen Bisiliat na galeria de arte do SESI-SP Paulista que marca também o lançamento do livro Fotografia: Maureen Bisilliat, sobre a sua trajetória de 50 anos de atividade criativa dentro da produção simultânea entre imagem e produção editorial, e confesso, amei a visão da fotografa sobre à produção gráfica, sinto-me feliz, porque foi a primeira vez que nós produtores gráficos fomos reconhecidos e homenageados numa exposição, não foi algo de grande porte, mas, a forma que fomos lembrados compensa qualquer satisfação.
Bom, voltando ao assunto sobre essa grande fotografa “brasileiríssima” não era de esperar com seus maravilhosos trabalhos de altíssimo nível, a forma como ela vê o mundo tão ingênuo, romântico, esperançoso, simples e admito, é a primeira vez que eu vi um fotografo conseguir captar a essência de um texto e transporta-lo numa imagem seja ela em preto e branco ou a cores, ela conseguiu evocar todas as extremidades da natureza humana num único olhar só.
Não tenho mais o que dizer sobre essa sensação no qual ainda não consigo explicar e muito menos redigir um texto explicando porque as imagens não me saem da cabeça, apaixonei-me por tudo e tão cedo receio, não verei outra exposição belíssima novamente de outro fotógrafo que consiga realmente prender a alma humana. Maureen conseguiu este feito e espero um dia como aspirante a fotografa consiga também um dia e ter este privilégio com uma lente ou num pedaço de papel cheio de rabisco ou então como fazedora de novas tendências culturais.
Aproveitem!
LocalGaleria de Arte do SESI – Centro Cultural Fiesp-Ruth Cardoso - Av.
Paulista, 1313- Metrô Trianon-Masp
Data
vai até 04 de julho de 2010.
Horário Segundas-feiras, das 11h às 20h
Terça-feira a sábado, das 10h às 20h
Domingos, das 10h às 19h
Ingressos Entrada franca
3/24/2010
(Miedo - Lenine)
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor
3/21/2010
HÉLIO OITICICA – MUSEU É O MUNDO
E maravilha, o Itaú cultural sabe realmente organizar exposições dignas de se ver e desta vez homenageia um dos maiores artistas brasileiros Hélio Oiticica – Museu È o mundo. Não tive o privilégio de ver esta exposição ainda porque a abertura dela foi ontem (20/03/2010) às 11hrs.
A exposição contém aproximadamente 117 de suas obras, conforme o seu traço, bastante contemporâneo e atual em suas propostas performáticas da vanguarda, como todo artista tinha a mania de documentar seu tempo de maneira constantes e aleatórias, em imagens ou
A exposição HÉLIO OITICICA – MUSEU É O MUNDO. Ocorre no Itaú Cultural: Av. Paulista, 149, t Brigadeiro, tel. 2168-1776. Terça a sexta, 9h/20h; sábado e domingo, 11h/20h. Abre domingo (21/3). Até 16/5. Grátis.
Para obter mais informações sobre palestras, oficinas e outras coisas é só acessar o site do Itaú Cultural, lá tem toda a grade programática do espaço sobre a exposição e outros eventos culturais dentro da casa.
3/20/2010
Te Valorizo - Tiê
O que fazemos quando queremos algo impossível, mesmo sabendo que é possível de ter-se, porque um dia já teve e deseja insaciavelmente ter novamente!
3/14/2010
Feliz dia da poesia
Que é a poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados"
Para homenagear esta data 14/03/2010 O Dia Nacional da Poesia, vou logo postar um poema ou parte dele, uma das frase mais intensas de Castro Alves que pira a minha mente. E lógico, um dos grandes representantes do Romantismo brasileiro, e hoje também é seu aniversário, e da minha sobrinha também hehe...
Para muitos que não saibam a não ser os chatos intelectuais, brincadeira da minha parte e sim um termo carinhoso hehehe... Alves conquistou também a América latina embalando o meu, o seu, o nosso querido e amado Pablo Neruda, podemos perceber que românticos reconhecem outros românticos, pois o mesmo dedicou um poema chamado: "Castro Alves do Brasil." Só de ler notamos que Neruda reverencia Alves por àqueles que não tinham voz perante a sociedade: os escravos... Ao meu ver Alves não era condenado por suas paixões e sim era movido por sua arte, pelo amor, pela luta por liberdade e justiça.
"Assim bebeu-te a vida, a mocidade e a crença / Não boca de mulher... mas de fatal serpente!..."
ah, adoráveis românticos, quem não é? Eu morreria de amor...
PS: Já passou da meia noite... :P
3/13/2010
(Tribalistas - Carnavália )
Sinto a batucada se aproximar
Estou ensaiado para te tocar
Repique tocou, o surdo escutou
E o meu corassamborim
Cuíca gemeu
Será que era eu
Quando ela passou por mim
Lá lá lá...
...Ah, pequena...
3/11/2010
Empresas do mal
Recentemente resolvi cumprir todas as minhas promessas e já se iniciou com orgulho, lógico! E entre elas era uma vida vegetariana meio que indecisa... mas, esta persona aqui tomou juízo de vez para muitas coisas! abraçou a causa (pareço petista falando - brincadeira) que venha uma vida Vegan....
Abaixo estão os nomes das empresas que FAZEM experiências com animais, fornecida pela instituição P.E.T.A no site http://www.vegetarianismo.com.br
Uma boa parte destes produtos são conhecidos e vendidos no Brasil
Benckiser (Cosméticos Coty, Lancaster, Jovan) Bic Corporation (Canetas BIC)
Block Drug Co., Inc. (Pasta dental Polident e Sensodyne)
Bristol-Myers Squibb Co. (Clairol, Ban Roll-On)
Carter-Wallace (Desodorante Arrid)
Chesebrough-Ponds (Produtos Fabergé, Cutex, Vaseline)
Colgate-Palmolive Co. (Produtos Palmolive, Ajax, Mennen)
Gillette Co. (Canetas Parker, Escovas e pasta Oral B — atualmente em moratória por um ano, durante o qual prometeram não efetuar testes)
Helene Curtis Industries (incluindo produtos Finesse, Unilever, Suave
Johnson & Johnson (incl. Neutrogena)
Kimberly-Clark Corp. (lenços Kleenex, papel higiênico)
Lever Bros. (produtos Unilever)
Cosméticos Max Factor
Olay Co./Oil of Olay
Produtos Pantene
Pfizer, Inc. (Bronzeador Bain de Soleil, loção bucal Plax, gotas óticas
Visine, pomada BenGay)
Procter & Gamble Co. (Pasta dental Crest, produtos Cover Girl e Max Factor)
Schering-Plough (Bronzeador Coppertone)
SmithKline Beecham (Pasta dental Aquafresh)
3M (Fita Scotch, Blocos Post-It)
Unilever (Produtos Calvin Klein, Elizabeth Arden, Helene Curtis)
Vidal Sassoon (Xampu, condicionador e spray)
Warner-Lambert (Listerine)
Relação compilada por Margrit de Marez Oyens.
3/10/2010
(Marisa Monte - Não vá embora)
Nunca mais na vida
Eu podia ficar feio só perdido
Mas com você eu fico muito mais bonito
Mais esperto
E podia estar tudo agora dando errado pra mim
Mas com você dá certo
3/09/2010
Dilma Rousseff, fez um apelo feminista ou não?
Bom, eu não tive a oportunidade de ver o discurso de Dilma Rousseff pessoalmente,sobre o dia Internacional da Mulher nesta terça-feira, 09/03, gostaria muito de ter visto e confesso que não sou esquerdista fervorosa, mas também não tomo partido político algum, gosto de estudar política e observa os seus avanços, e, sim acompanho os nossos candidatos a nossa presidência e seus projetos para a melhoria da população brasileira. Mas que é algo admirável, é! A ministra tem o dom da cognição, igual o nosso presidente em saber usar bem as palavras quando tenta atingir um determinado grupo, surpreendeu-me de fato, principalmente no seu discurso sobre a participação da mulher na política:
“Muitas vezes, dizem que o fato de sermos mulheres nos prejudica para participar da política. Eu acho que o fato de sermos mulheres, em vez de nos prejudicar, nos ajuda, e muito. As mulheres são sensíveis, e isso é qualidade. São práticas, sensatas e objetivas, e isso é indispensável na política. E as mulheres, por sua vida, elas são fortes, não se curvam à dor e agüentam sacrifícios, não os temem. Elas são corajosas, sem dúvida, e isso é imprescindível se a gente quiser transformar o Brasil”. E reafirmou: “Sempre me perguntam se a mulher está preparada para ser Presidente do Brasil. Eu digo a vocês: o Brasil está preparado para ter uma mulher Presidente”.
Mesmo assim tenho as minhas dúvidas, se Dilma usou uma jogada política com as feministas e ganhar votos ou nada intencional, algo que intriga-me muito, e se ela ganhar as eleições será um fantoche do Lula na presidência sendo ele o dominador por debaixo dos panos? Ou será realmente um poder petista diferente do governo atual e feminino? Só resta saber, porque é algo que deixa-me curiosa.
Para ter mais acesso sobre as eleições 2010 ou que se passa dentro política vão direto no Brasília Confidencial
3/07/2010
Essência feminista
A partir da década de 60 após Simone de Beauvoir ter escrito o livro “O segundo sexo” um livro extremamente bom, onde denúncia as raízes culturais e sociais da desigualdade sexual nas mentes feministas passam a uma necessidade de compreensão do universo no qual a mulher está inserida a partir da construção social de sua condição. Incorporando outras frentes de luta, começando a forjar o conceito de gênero e da hierarquia mascarada pela diferenciação de papéis. Eclodindo o direito de votar, ao trabalho liberado e o prazer pela pílula anticocpecionais e a total igualdade entre os sexos(e palavra pegajosa) e contraposições subalternas, nas relações amorosas e domestica, a mulher era relegada pela tradição.
3/06/2010
Ilusíon
Dedico está música a uma pessoa, mesmo que não a mereça, ou então as pessoas que já tiveram uma ilusão e deixaram escapar por entre os seus dedos, porque é engraçado, como o nosso peito arde feito brasa, e, o nosso sangue esquenta até perdemos os sentindo diante de um frio olhar quando vemos alguém em especial, quando percebemos que a encontramos no meio de tanta gente chata, sem nenhuma graça... má, solo sé que se me fue!
data 06/03/2010 23hrs55
Burlescas
Nesta sexta-feira ocorreu uma Commedia dellárte, com apresentação de striptease (para os safadinhos), claro, era para esquentar o friozinho desta amada cidade com glamour erudito e vintage, para quem gosta é um bom prato cheio! Seria ótimo! E não pude ver porque estava na aula e quem viu se divertiu a noite interia.
Bom, o que está pegando, a Companhia Silenciosa, de Curitiba, apresenta
Ocorrerá duas apresentações os dias 05( já foi) e 12 de março de
Onde: rua. Vergueiro, 2.676 - Ana Rosa, São Paulo-SP. Ingressos a R$ 20 (meia R$ 10). Inf.: 0/xx/11/ 5083-1440 / 7882 -6622 / kitschclub@gmail.com / http://kitschclub.com.br/ ou no (www.companhiasilenciosa.com)
( Olavio Bilac - O Beijo)
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....
3/05/2010
José Mindlin, um grande Homem
Estava vasculhando pela net uns livros literários quando me deparei com uma matéria feita pelo portal literal sobre o grande José Mindlin(1914-2010) que veio a falecer domingo 28/02, e, o mais triste disto tudo é que poucos sabem dos grandes feito que este homem tenha feito para a cultura popular brasileira e muitos nem sabe o quanto ajudou para o desenvolvimento da educação no país.
Mindlin faleceu sem ver o seu sonho realizado, doou um grande acervo de seus livros para a biblioteca Universidade de São Paulo (USP), que está construindo um prédio exclusivamente para armazenar a coleção chamada Brasiliana, formada por 17 mil títulos, num total de 40 mil volumes (cujo total chega aos 60 mil livros) com obras raras e manuscritos, muitos cujos exemplares são únicos, sobre História do Brasil e literatura brasileira. (trecho retirado da matéria)
Este grande biblíofilo e sua amada esposa Guida dedicaram sua vida aos livros e a cultura brasileira e para o desenvolvimento do Design, ratificando a nossa marca perante há sociedade e com todo pesar, nós designers lamentamos está perda, um homem que fez por paixão e dedicação a cultura literária brasileira, preservando-a até o seu último suspiro.
No portal literal tem uma entrevista muito interessante com Mindlin e outras matérias relacionadas a ele e sua esposa Guida Mindlin.
Para não esquecer, vocês também podem ter acesso ao acervo literário da biblioteca virtual brasiliana, só clicar!
Logo abaixo tem um trecho do livro "Senhora" um dos últimos a serem publicado por José de Alencar.
Seguiu-se um momento de silêncio ou antes de estupor. Aurélia irritava-se contra a invencível mudez de Seixas, e talvez a atribuía a uma cínica insensibilidade moral. Pensava em exacerbar os nobres estímulos de um homem ainda incapaz de reabilitar-se da fragilidade a que fora arrastado, e achava um indivíduo tão embotado já em seu pudor que não se revoltava contra a maior das humilhações.
Aurélia soltou dos lábios um estrídulo, antes do que um sorriso.
- Agora podemos continuar nossa comédia, para divertir-nos. É melhor do que estarmos aqui mudos em face um do outro. Tome a sua posição, meu marido; ajoelhe-se aqui a meus pés, e venha dar-me seu primeiro beijo de amor... Porque o senhor ama-me, não é verdade, e nunca amou outra mulher senão a mim?...
Seixas ergueu-se; a sua voz afinal desprendeu-se dos lábios com calma, porém fremente:
- Não; não a amo.
- Ah!
- É verdade que a amei; mas a senhora acaba de esmagar a seus pés esse amor; aí fica ele para sempre sepultado na abjeção a que o arremessou. Eu só a amaria agora, se a quisesse insultar; pois que maior afronta pode fazer uma senhora, um miserável, do que marcando-a com o estigma de sua paixão. Mas fique tranqüila; ainda quando me dominasse a cólera, que não sinto, há uma vingança que não teria forças para exercer; é essa de amá-la.
Aurélia ergueu-se impetuosamente.
- Então enganei-me? Exclamou a moça com estranho arrebatamento. O senhor ama-me sinceramente e não se casou comigo por interesse?
Seixas demorou um instante a olhar no semblante da moça, que estava suspensa de seus lábios, para beber-lhe as palavras:
- Não, senhora, não enganou-se, disse afinal com o mesmo tom frio e inflexível.
- Vendi-me; pertenço-lhe. A senhora teve o mau gosto de comprar um marido aviltado; aqui o tem como o desejou. Podia ter feito de um caráter, talvez gasto pela educação, um homem de bem que se enobrecesse com sua afeição; preferiu um escravo branco; estava em seu direito, pagava com seu dinheiro, e pagava generosamente. Esse escravo aqui o tem; é seu marido, porém nada mais do que seu marido!
3/03/2010
Eu sou Neguinha
No quadrado branco-vídeo-papelão
Eu era o enigma, uma interrogação
Olha que coisa mais
Que coisa à toa, boa boa boa boa boa
Eu tava com graça...
Tava por acaso ali, não era nada
Bunda de mulata, muque de peão
Tava em Madureira, tava na Bahia
No Beaubourg, no Bronx, no Brás
E eu e eu e eu e eu
A me perguntar:
Eu sou neguinha?
Era uma mensagem, lia uma mensagem
Parece bobagem mas não era não
Eu não decifrava, eu não conseguia
Mas aquilo ia e eu ia e eu ia e eu ia e eu ia
Eu me perguntava...
Era um gesto hippie, um desenho estranho
Homens trabalhando, pare, contramão
E era uma alegria, era uma esperança
E era dança e dança ou não ou não ou não ou não ou não
Tava perguntado:
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu tava rezando ali, completamente
Um crente, uma lente, era uma visão
Totalmente terceiro sexo
Totalmente terceiro mundo
Terceiro milênio
Carne nua nua nua nua nua
Era tão gozado...
Era um trio elétrico, era fantasia
Escola de samba na televisão
Cruz no fim túnel, becos sem saída
Eu era a saída, melodia, meio-dia
dia dia dia
Era o que eu dizia: eu sou neguinha
Mas e outras coisas via um moço forte
E a mulher macia dentro da escuridão
Via o que é visível, via o que não via
E o que a poesia e a profecia não vem
mais vem vem vem vem
É o que parecia
que as coisas conversam
Coisas supreendentes
Fatalmente erram, acham solução
E que o mesmo signo que eu tento ler e ser
É apenas o possível ou o impossível
em mim em mil em mil em mil
e a pergunta vinha :
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Nós criamos os nossos círculos de mentiras e sempre acabamos vivendo dentro delas, talvez por um ato de autocrítica ou o medo de realizarmos nossos próprios desejos, e por isso sempre negamos constantemente o que queremos ou então aceitamos.
3/01/2010
Ausência, reflexão do poema de Borges
Ausencia
.
Habré de levantar la vasta vida
que aún ahora es tu espejo:
cada mañana habré de reconstruirla.
Desde que te alejaste,
cuántos lugares se han tornado vanos
y sin sentido, iguales
a luces en el día.
Tardes que fueron nicho de tu imagen,
músicas en que siempre me aguardabas,
palabras de aquel tiempo,
yo tendré que quebrarlas con mis manos.
¿En qué hondonada esconderé mi alma
para que no vea tu ausencia
que como un sol terrible, sin ocaso,
brilla definitiva y despiadada?
Tu ausencia me rodea
como la cuerda a la garganta,
el mar al que se hunde.
Confesso que a poesia “Ausência” de Jorge Luis Borges é uma das minhas preferidas porque já reli várias vezes e mostrei a umas pessoas que fazem lembrar-me dela devido suas estórias de vida ou talvez seja pelo fato de identificar-me com ela em alguns trechos simbólicos e tão verdadeiros que repelem a essência de uma perda tão preciosa, como no trecho a seguir:” O que vai esconder a minha alma vazia para não ver a sua ausência não vejo isso como um sol terrível, sem o acaso, que brilha definitiva e impiedosa?” ou como outras pessoas certamente já se identificaram com esta ausência tão singular. Fora o brilhante trocadilho de palavras de duplo sentido que por um momento arrebate-se contigo mesmo e fica repudiando constantemente na sua mente e corpo.
Borges sempre disse que nunca criou personagens e sim algo autobiográfico sem expressar suas emoções diretamente através de fábulas e simbolismos. Em minha visão ver esta poesia reflete uma sentimentalidade compulsiva e árdua que leva ao desespero, principalmente nos trechos: “Vou levantar ainda a vasta vida que agora é o seu espelho: vou ter que reconstruí-lo todas as manhãs.” e “Sua ausência me rodeia como a corda na garganta, o mar que afunda.” E suspeito que esta poesia refere-se ao amor, o caso mais quente do escritor com Estela Canto. E referindo-se ao monstro chamado “amor”, é algo novo porque não conheço, ou medo de sentir, e talvez ele tivesse medo deste monstro e se expressasse incógnito em suas poesias.
E a escrita de Borges é requintada por usar o regionalismo tradicional, mas, fora da sua época e uma grande metamorfose conceitual com a filosofia, metafísica, mitologia, teologia criando uma realidade totalmente avançada da sociedade de sua época.
E finalizando o tema proposto na poesia “Ausência” reflete a questão da perda de algo ou alguém abrangendo várias formas performáticas desde uma perda fraternal, porque não pode ser? Ou amoroso, de pessoas que estão sempre presentes, ou pessoas passageiras e recentes, mas que sejam completamente diferentes uma da outra. Neste caso Borges deu o livre arbítrio para os seus leitores usarem a imaginação com seus jogos.